As possíveis mudanças das Eliminatórias da CONMEBOL para a Copa 2026

Estamos ainda envoltos na expectativa de uma Copa do Mundo, mas já estão pensando na próxima.

Com muitas mudanças (benéficas ou não), a Copa de 2026 acontecerá em três países.

México, Canadá e EUA (esse último recebendo a maior parte dos jogos).

Além da tríplice sede, a maior novidade é o aumento das vagas de 32 para 48, bem como uma mudança no formato da competição – que já simulamos aqui outro dia.

Pois é, né…

Mesmo que ainda nem tenhamos superado a Copa atual, alguns detalhes sobre a próxima precisam ser pensados o quanto antes.

Principalmente nas confederações, sobre a disputa das eliminatórias com novas vagas disponíveis.

No caso da CONMEBOL, a polêmica (pra variar) é que vigora.

Como é hoje

Desde a Copa do Mundo de 1998 (quando se passou de 24 para 32 vagas), as 10 seleções filiadas da CONMEBOL disputam as 5 vagas do continente para o Mundial – uma para a repescagem intercontinental e quatro diretas.

Seleção Brasileira em campo pelas eliminatórias da Copa 2022 – a última no formato de grupo único

O formato é o de fase única em pontos corridos, jogos de ida e volta, totalizando 18 partidas.

Das seleções do continente, somente a Bolívia e a Venezuela nunca conseguiram classificação para a Copa nesse formato.

No caso dos campeões mundiais sul-americanos, Brasil e Argentina sempre conseguiram vaga direta. Já o Uruguai teve que (mais de uma vez) recorrer a repescagem.

Querem mudar?

Agora, com a mudança de 4,5 para 6,5 no número das vagas (esse 0,5 representando uma vaga na repescagem intercontinental), muito se discute se o formato atual, que já não é lá tão atrativo, não ficaria ainda mais enfadonho.

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, afirma que Brasil e Argentina são favoráveis a uma mudança no regulamento. Porém, a maioria não concorda tanto:

A maioria absoluta quer manter. Vamos externar [nossa posição] quando houver uma reunião de Conselho da Conmebol. Se depender da maioria, a fórmula vai continuar sendo essa, a não ser que a Conmebol tenha alguma proposta para direcionar.

A CONMEBOL também quer mudar.

Para a entidade, com o formato mantido, Brasil e Argentina praticamente já teriam vaga garantida.

E isso não é interessante comercial e desportivamente nem para a mandatária do futebol sul-americano, nem para as seleções brasileira e argentina.

Especialmente por conta da liberação de atletas de clubes europeus desses dois países.

O problema é que, para as outras 8 federações, o fator financeiro pesa. Mais jogos, significa mais arrecadação.

Capitães se reúnem

Em março, no fim das Eliminatórias para a Copa de 2022, alguns dos capitães das seleções da CONMEBOL tentaram se reunir com a cúpula da CONMEBOL para discutir uma redução no período das Eliminatórias.

Segundo o capitão brasileiro na época, Thiago Silva, essa discussão surgiu logo após toda a polêmica sobre a Copa América de 2021.

Discutindo em grupo de Whatsapp e em encontros virtuais, os capitães tem na mente uma sugestão de retornar ao modelo de grupos que ocorria antigamente – antes de 1998.

Thiago Silva revelou na época as motivações do grupo em rever esse regulamento para esse formato específico:

Não são os 18 jogos, mas as viagens que fazemos. É uma quilometragem muito grande em relação aos europeus que jogam próximos entre si. Isso é um desgaste muito grande. Além do clima, totalmente diferente do que estamos acostumados na Europa. Ontem [início de março de 2022], eu e os companheiros, passamos um sufoco muito grande. Treinamos em Teresópolis, mais frio que o Rio de Janeiro. Isso pode prejudicar a performance. Se a gente pudesse encontrar, de alguma forma, um equilíbrio nessa viagens, com certeza facilitaria a nossa estadia e as nossas performances. Com certeza é um desgaste, ao meu modo de ver, desnecessário.

Os modelos propostos

Com uma janela mais curta por conta da Copa de 2022 ser cinco meses depois do previsto, de fato o modelo atual com 18 partidas podem ser muito duro, além do já citado desinteresse da competição.

Por isso, a ideia seria retornar ao modelo pré-1998.

Seriam divididas as seleções em dois grupos de 5 equipes cada.

Daí temos dois “regulamentos” sendo especulados:

O “tradicional”

As seleções do mesmo grupo jogariam entre si.

As três melhores seleções de cada chave se garantiriam diretamente para o Mundial.

Em 1993, Colômbia amassou a Argentina, se garantindo no Mundial, empurrando os hermanos para a repescagem.

Os dois quartos colocados disputariam eliminatória entre si, e o vencedor iria para a repescagem intercontinental.

É um formato bem parecido com o que vemos na última fase das eliminatórias asiáticas (pelo menos, até 2022, pois lá também devem haver mudanças).

Isso reduziria de 18 para 8 jogos (ou 10, se contarmos a repescagem continental).

O “adaptado”

Um outro modelo bastante discutido seria um semelhante ao que ocorre na Copa do Nordeste:

As seleções enfrentam apenas as rivais do outro grupo, em jogos de ida e volta.

Apenas as duas primeiras de cada grupo se garantiriam diretamente para a Copa, enquanto os 3º e 4º jogariam um mini-torneio valendo duas vagas diretas + vaga para a repescagem.

Com esse formato, a redução iria para 10 jogos (ou 13/16, se contarmos o torneio de repescagem).

A ideia também é repetir o comportamento da última janela FIFA, com 3 ou 4 partidas ao invés de duas, reduzindo o numero de datas-FIFA durante o ano.

No entanto, ainda é apenas especulação. O presidente da CBF entende que o formato é melhor, mas aguarda definição:

Tem um desenho do que pode acontecer. Mas são suposições enquanto não tiver o calendário deles. Nós queremos um calendário que não traga tanta consequência [ruim] para os clubes.

Fonte, Fonte e Fonte.

E aí, qual é o melhor formato? Será que o Brasil vai manter sua hegemonia nas próximas Copas? Comenta aí!