No últimos tempos, o termo e-sports ganhou força com jogos sensação, jogadores profissionais e torneios milionários. Com uma apelo forte entre os jovens, o sonho de todo garoto de ser um Neymar pode começar a estar virando para “querer ser um Revolta“.
Sim, muita gente não considera os esportes eletrônicos como esporte, mas esse conceito está mudando drasticamente.
Organizações como a FIFA, a NFL e a NBA, realizam torneios oficiais dos seus jogos-assinatura, cada vez mais profissionais (e milionários).
Clubes de futebol (como o City da Inglaterra, o PSG da França e, aqui no Brasil, Santos e Flamengo) investem no seu departamento e-esportivo, por assim dizer.

Cada vez mais o público clama os e-sports em competições maiores, como os Jogos Olímpicos. Essa polêmica aumentou quando o comitê olímpico dos Jogos de 2024, em Paris, ventilaram com euforia a possibilidade de incluir e-sports no plantel de modalidades:
Não quero dizer ‘não’ logo de cara. Eu acho que é interessante interagir com o COI [Comitê Olímpico Internacional, entidade que comanda os Jogos Olímpicos], com a família dos e-Sports, para entender melhor o que é o processo [de crescimento dos games] e por que é um sucesso tão grande
Tony Estanguet, co-presidente da candidatura de Paris sede dos Jogos Olímpicos em 2024
É PICK ou BAN?
A saber, para um esporte ser considerado olímpico, ele precisa atender alguns requisitos:
- Precisa ser atrativo para os meios de comunicação.
- Alguns esportes são escolhidos por ter relação com o país sede (como os retornos de beisebol e softbol aos jogos por serem populares no Japão)
- Valor que o esporte acrescenta para a população.
- Interesse que a modalidade desperta pela midia e no público.
- Apelo aos jovens.
- Deve possuir igualdade de gênero (ou seja, deve despertar o interesse e promover a modalidade para ambos os sexos, sem distinção).
- Deve oferecer mínimo impacto sobre a infraestrutura da competição e a complexidade de custos operacionais.
- Deve possuir uma Federação Internacional que a represente oficialmente
- Deve ser praticado na maioria dos países do mundo (entenda-se, possuir federações oficiais na maioria dos países)
- Deve seguir as regras do Código Mundial Anti-Doping e Carta Olímpica.
Além desses fatores, infelizmente fatores políticos são considerados também.
Um caso clássico é a não entrada do Futsal nos Jogos Olímpicos, nem mesmo como esporte sugerido pelo país-sede (como era esperado na Rio 2016).
O motivo é uma represália do Comitê Olímpico a não liberação da FIFA (que rege futebol e futsal) de todos os jogadores para a disputa, somente 3 atletas acima de 23 anos por Seleção.
O motivo da entidade máxima do esporte bretão é que o torneio olímpico poderia se sobrepor à Copa do Mundo. Isso pode estar mudando, já que o Futsal entrou na lista de modalidade dos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires – tá, o futebol não está, mas já é um começo.
Quanto ao e-Sport, apesar de contemplar a maioria dos itens descritos acima, muitos fatores além do político pesam contra sua entrada, como o fato de muitos deles (quer sejam os MOBA, como League of Legends, jogos de tiro como Counter Strike Go ou jogos de luta como Street Fighter V) “incitam” a violência e premiam os jogadores com a “morte” do adversário…
FIRST BLOOD
Pelo menos o primeiro passo pode ter sido dado. Nos Jogos Olímpicos de Inverno, em PyeongChang, na Coréia do Sul, teve um torneio experimental de StarCraft II.
Isso graças ao apoio que o COI teve da Intel, patrocinadora do evento.
Apesar dos esforços das entidades, não parece ter caído tão bem essa história para os atletas.
[…]são dois mundos totalmente diferentes. Os esportes físicos pertencem às Olimpíadas e não acho que as esports pertençam. […]
o lado mental das esports pode ser difícil, mas as Olimpíadas são onde você tem que fazer algum tipo de esforço físico.Ted Ligety, esquiador
E não são apenas os atletas:
[…]as Olimpíadas estão relacionada à ação física e não apenas mental, por isso que o xadrez e outros jogos de intelecto nunca foram aceitos […]
Michael Payne, ex-chefe de marketing do COI
Por outro lado, os e-atletas querem sim visibilidade olímpica:
“se os atletas tivessem a noção real de como competimos, treinamos e nos esforçamos, acho que poderiam respeitar nossa dedicação”.
Ilyes “Stephano” Satouri, jogador de StarCraft

Apesar da fria recepção (sem trocadilhos) nos Jogos de Inverno, aparentemente o e-sports em competições multidesportivas parece realmente ser tendência.
Neste mês de agosto aconteceram os Jogos Asiáticos, na Indonésia. Dentre os demais esportes em ação, foram elencados torneios de demonstração para:
- Arena of Valor (AoV)
- Clash Royale
- Hearthstone
- League of Legends (LoL)
- PES
- Starcraft II
E aí, e-sports podem ser esportes olímpicos ou não? Comenta aí!