Após o GP Brasil ficar de fora da temporada 2020 da Fórmula 1, um grande problema surgiu.
O contrato da maior categoria de velocidade do mundo com o Autódromo de Interlagos encerra-se nesse ano.
Antes mesmo de conversas por renovação, uma ação conjunta do Governo Estadual do Rio de Janeiro com o Governo Federal (antes do racha ideológico) fez campanha para que a categoria voltasse a ter um Grande Prêmio no Rio de Janeiro.
O problema é que o autódromo em que o GP aconteceria AINDA NEM EXISTE.
O consórcio Rio Motorsports, responsável pela proposta, indicou que um autódromo seria construido na Floresta do Camboatá, em Deodoro.
Teria até nome: Autódromo Ayrton Senna.
Só lembrando que o antigo autódromo de Jacarepaguá – que recebeu a última corrida carioca de F1 – foi desativado e, no seu terreno, foi construído o Parque Olímpico – inicialmente, para os Jogos Olímpicos de 2016.
Uma burrada, se compararmos o que foi feito em Sochi – que recebeu os Jogos Olímpicos de Inverno em 2014, e no “Parque Olímpico”, além dos complexos esportivos, foi feito um autódromo – que é a casa da F1 na Rússia.
Sobre esse assunto, há uma “boa” e uma má notícia.
Estamos no calendário com novo local…
No último dia 27 de outubro, a Comissão da Fórmula 1 divulgou uma versão provisória do calendário da F1 em 2021 para as equipes.
A temporada promete ser a mais longa da história da categoria, com 23 etapas.
Uma das adições são as rodadas triplas, ou seja, três corridas em três finais de semanas seguidos – como já vemos ser feito na temporada atual, mais curta por conta da pandemia de COVID19.
Como novidade, temos a inclusão da Arábia Saudita e o GP do Brasil no Rio de Janeiro, e NÃO EM SÃO PAULO!
Claro, o GP no Rio foi colocado no calendário, mas com ressalvas, já que a construção do circuito nem começou.
O projeto, inclusive, enfrenta pressões de grupos ambientais dentro e fora do país, e até do multicampeão Lewis Hamilton.
…mas ainda nem temos o novo local
Quanto a situação do novo autódromo, não temos boas notícias – pelo menos, não para o consórcio.
Segundo informações divulgadas do Olhar Olímpico, do UOL, a equipe do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) divulgou parecer apontando várias inconsistências no estudo de impacto ambiental apresentado pela prefeitura do Rio de Janeiro.
O estudo sugeria que a Floresta do Camboatá fosse mais apta a construção do autódromo, em detrimento de terrenos próximos.
Só que o INEA apontou indícios de alternativas de “características ecológicas menos complexas e provavelmente com menor biodiversidade, o que resultaria em menores impactos sobre a biota”.
A Floresta do Camboatá, local sob gerência do Exército Brasileiro, é considerada o último lugar de Mata Atlântica de áreas planas no Rio de Janeiro.
Tem 170 hectares, sendo 55 deles sendo empregados na obra do autódromo.
O Rio Motorsports diz que compensará esse impacto com uma série de ações: o replantio de 700 mil árvores, inclusive dentro do próprio terreno da Floresta, o que deixaria a área mais arborizada do que já é.
Se não fosse o suficiente, o INEA também indicou no parecer que “foram constatadas irregularidades no registro profissional de três biólogos que participaram do diagnóstico de fauna”.
O projeto de levar a Fórmula 1 de volta ao Rio de Janeiro tem apoio político direto do presidente Jair Bolsonaro.
Mesmo sendo paulista, fez sua carreira política na cidade e Flávio Bolsonaro, um dos sus filhos, é senador pelo Rio de Janeiro.
Assim como o outro filho de Jair, Carlos Bolsonaro, que é vereador na capital do estado, toda a família é a favor da mudança de sede.
E aí, será que o GP Brasil em 2020 será no Rio ou em São Paulo? Será que vai acontecer o GP aqui com toda essa confusão? Comenta aí!