O Perfil AG dessa semana traz um pouco da história de uma nadadora arretada, vitoriosa e lutadora que se aposentou recentemente das piscinas.
Conheça um pouco mais de Joanna Maranhão!
Brilhando desde criança
A natação apareceu muito cedo para Joanna. Já aos 3 anos de idade começou a nadar no Clube Português do Recife.
Com 11 anos, venceu suas primeiras provas no Festival CBDA-Correios Norte-Nordeste, de 1998: 400 metros livre com 5m08s44, e 200 metros medley com 2m45s02.
Tudo acontecia rapidamente: com 12 anos ela participou dos Jogos Pan-americanos de Winnipeg, no Canadá.
Só quatro anos depois, em Santo Domingo, com 16 anos de idade, veio uma medalha de bronze nos 400 metros medley.
Um ano depois, o ápice de sua carreira, com 17 anos de idade, chegou a final dos 400m medley nos Jogos Olímpicos de Atenas, na Grécia.
O quinto lugar de Joanna nessa prova é a melhor colocação obtida até hoje por uma nadadora brasileira em piscinas (Poliana Okimito conquistou o bronze na Rio 2016 na maratona aquática).
Após os Jogos da Grécia, caiu bastante de rendimento, mas retomou aos poucos a boa forma.
Em 2007, no Pan do Rio, medalhista de bronze no 4×200 metros livre.
No Pan seguinte de 2011, em Guadalajara, no México, sua melhor participação em Pans: Prata nos 400 metros medley, prata no revezamento 4×200 metros livre e a bronze nos 200 metros medley.
Parou de nadar, mas posteriormente, retornou às piscinas.
Aposentou-se das piscinas em 2018, mas conseguiu antes de parar duas importantes marcas:
- recorde sul-americano do revezamento 4×200 metros livre em 2015 (com 8m03s22), junto com Larissa Oliveira, Manuella Lyrio e Gabrielle Roncatto
- recorde brasileiro nos 1500 metros nado livre, com o tempo de 16m26s63, em 2017.
Vida pessoal
As oscilações na carreira de Joanna, que teve um início precoce e promissor, coincidem por problemas em sua vida pessoal.
Em 2008, ela revelou em entrevista que havia sido molestada sexualmente aos nove anos de idade pelo seu então treinador.
O caso levantou o questionamento sobre abusos sexuais de crianças no meio esportivo que levou, no ano seguinte, ao Senado Federal aprovar projeto de lei que alterava o Código Penal Brasileiro, indicando que o prazo de prescrição de abuso sexual de crianças e adolescentes seja contado a partir da data em que a vítima completar dezoito anos.
O projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 2012, e foi batizado pelos próprios parlamentares de Lei Joanna Maranhão.
Hoje, aposentada das piscinas, vive com seu atual marido, o ex-judoca Luciano Correia.
Bem ativa nas redes sociais, continua a atuante nas causa do empoderamento feminino, da evolução da natação para as mulheres e na defesa de vítimas de abusos no esporte. Anunciou no ano passado a sua filiação ao PSOL.
A vida de Joanna virou um documentário, pela ESPN, em 2016.
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