As vozes da narração esportiva mais marcantes do nosso rádio

Se há algo que faz os corações dos brasileiros acelerarem além das quatro linhas é a voz empolgante e emocionante dos narradores esportivos.

O rádio se tornou, ao longo dos anos, desde sua implementação no nosso país, em 1922, o palco de muitos momentos inesquecíveis no mundo esportivo.


Por trás desses momentos estão os narradores que fazem com cada lance em campo, nas quadras e nas pistas, vire poesia para os ouvintes.

Em homenagem ao Dia do Rádio, mergulhamos nas profundezas da história esportiva do Brasil para apresentar alguns dos narradores mais importantes do dial:

Lembrando que a lista não está ordenada pelo melhor ou  pelo maior, mas… Convido você geraldo(a) a fazer seu ranking!

Ary Barroso, o “speaker” da gaitinha

Um dos maiores compositores da nossa música também foi um locutor esportivo de renome, da época pré-títulos mundiais do Brasil.

Flamenguista doente, iniciou sua carreira na rádio Rádio Cruzeiro do Sul, nos anos 1930.

Sua inovação notória em suas composições também ganhou as narrações.

É dele a ideia de narrar gols e outros lances chave do jogo acompanhado com o toque de uma gaita, uma de suas marcas registradas.

A narração do “speaker”, como era chamado o locutor na época, era literalmente no meio da galera, ou nos telhados vizinhos aos estádios (como no dia em que ele foi barrado em São Januário pois havia criticado a diretoria do Vasco).

Em 1950, na Copa do Mundo, pela Rádio Tupi, deixou as transmissões esportivas na rádio após o Maracanazzo.

José Carlos Araújo – o “Garotinho”

Conhecido carinhosamente como “Garotinho”, José Carlos Araújo é uma lenda viva do rádio esportivo brasileiro.

Com sua irretocável narração e seus famosos bordões “vai mais, vai mais, vai mais garotinho”, “Apontou, atirou, entrou!”, “golão, golão, golão.” e “capricha garotão”, Garotinho é um dos mais renomados locutores do dial carioca.

Começou a carreira na rádio Roquete Pinto com apenas 14 anos de idade.

Foi para a Rádio Globo em 1964, saindo para a Nacional em 1977.

Voltando para a Globo em 1984, se transferiu para o grupo Bandeirantes em 2012. Atualmente está na Rádio Tupi, com 83 anos de idade.

Passou também por Band News FM, Transamérica e, na TV, pela TVE Brasil, CNT e SBT, sempre para o público carioca.

Torcedor do Fluminense, Garotinho segue firme nas transmissões esportivas no rádio e no meio digital também – tem até podcast!

 

Osmar Santos – “O Pai da Matéria”

Osmar Santos é reconhecido como o “Pai da Matéria” devido à sua habilidade única de criar bordões e expressões que se tornaram parte integrante da cultura esportiva do Brasil.

Iniciou sua carreira em 1972, fazendo história em algumas das maiores emissoras de rádio de São Paulo, como a Jovem Pan, a Record e a Rádio Globo.

Chegou a ser narrador também de TV, na Globo e na Manchete.

Seus bordões famosos são, ente outros: “Parou por quê, por que parou?”, “Ripa na chulipa e pimba na gorduchinha”, “Vai mais, garotinho” e o lendário “iiiiiiii que golllllllllllllllll”.

No auge, chegava a pronunciar 100 palavras por minuto sem engasgar nenhuma vez.

Infelizmente um acidente automobilístico em 1994, numa viagem entre Marília e Birigui, lhe tirou das narrações.

O dano cerebral sofrido pela colisão do carro em que estava por um caminhão foi severo, pois lhe afetou a fala e os movimentos.

Mesmo assim, segue envolvido com o esporte. Comandou a equipe de esportes da Rádio Globo de São Paulo, ao lado de seu irmão e também narrador Oscar Ulisses.

Além disso, graças a terapia da recuperação do acidente, ganhou um hobby bastante elogiado: pintar quadros. Já chegou a expô-los em inúmeros eventos.

 

Fiori Gigliotti – “O Narrador da Torcida Brasileira”

Fiori Gigliotti é reverenciado como a “Voz de Ouro do Rádio” e “O Narrador da Torcida Brasileira”.

Começou sua carreira em 1947 e narrou incríveis DEZ Copas do Mundo, sendo o único cronista brasileiro a atingir essa marca – superado por outros cronistas, inclusive um que está na lista.

Ganhou notoriedade na Rádio Bandeirantes, onde ficou por 38 anos, mas ingressou também nas Rádios Record e Tupi, ambas de São Paulo.

Apesar de declarado palmeirense, ele afirmou que o momento mais marcante que narrou foi a decisão do Mundial de Clubes entre Santos e Benfica, em 1962, tamanha admiração por Pelé.

É dele os famoso bordão “Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo…”

Faleceu em 2006, por falência múltipla dos órgãos.

 

Jorge Cury – “A Voz que Vibrava com o Gol”

Jorge Cury foi um narrador cuja voz vibrava em sintonia com o gol.

Iniciou como radialista em 1942, mas logo foi para a Nacional, onde ficou até 1972.

Lá na Nacional, além das locuções esportivas, comandou o programa “Hora do Pato“, grande sucesso no rádio brasileiro.

Depois, fez carreira de sucesso na Rádio Globo onde, se tornou um dos maiores radialistas da época.

Jorge Curi morreu no dia 23 de dezembro de 1985, perto de Caxambu (MG), em um acidente automobilístico para onde viajava para as festas de Natal e Ano Novo.

Pouco antes, tinha saído a Rádio Globo para fazer parte dos quadros da Rádio Tupi, num dos registros mais impactantes do rádio brasileiro, por conta de sua demissão, em que desabafou ao vivo em sua última transmissão.

Flamenguista doente, Cury foi um dos mais marcantes locutores do Brasil.

 

José Silvério: O Pai do Gol

Um dos mais reconhecidas vozes do futebol, José Silvério foi descoberto por um diretor da Rádio Cultura de Lavras, que viu Silvério narrando uma partida de botão.

Passou pelas rádios Itatiaia, de Belo Horizonte, Tupi, do Rio de Janeiro, e Jovem Pan, de São Paulo, antes de chegar à Rádio Bandeirantes, onde ficou de 2007 até 2020.

Além da Band, foi na Jovem Pan, onde ficou por 25 anos, que ganhou grande destaque.

Na TV, teve uma rápida passagem pela Manchete.

É conhecido também por narrar outras modalidades além do futebol – mais de vinte modalidades esportivas.

E também por um “tique” que lhe é característico, em que “estica” o n no fim das palavras.

Característica que está presente em um de seus bordões: “e que golaço”!

Cobriu onze Copas do Mundo, e já chegou a fazer narração para um jogo de futebol, o Futebol Internacional 2000, da Microsoft.

 

Menções honrosas

Alguns nomes que iniciaram no rádio, mas e que fizeram um estrondoso sucesso na televisão foram os míticos Januário de Oliveira, Luciano do Valle, Deva Pascovicci, Sílvio Luiz e, claro, Galvão Bueno.


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