O Campeonato Mundial de Basquetebol, desde 2019, vai se organizando e tentando se descolar de futebol e vôlei, colocando o mundial um ano após os principais mundiais desses esportes.
Vamos nesse post elencar todos os campeões mundiais de basquete desde o início do torneio, em 1950.
Tem Brasil na lista! Confira:
Estados Unidos
5 títulos (1954, 1986, 1994, 2010, 2014)
É engraçado, pois até 2014, os EUA não tinham a hegemonia desse quadro de títulos.
Pelo contrário, até 1994, estava perdendo para a URSS!
O basquetebol americano nunca foi grande fã de competições de fato internacionais (vale lembrar que, nos esportes americanos, chamam-se os campeões de WORLD CHAMPIONS – campeões MUNDIAIS).
Só que, após a épica vitória do Brasil no Pan de 1987 em Indianápolis, os americanos acordaram e decidiram entrar pra valer em todas as competições.
Até então os americanos enviavam equipes universitárias, e restringiam – ou não permitiam – jogadores ditos “profissionais”.
Tudo muda em 1989, quando a FIBA permitiu que os jogadores profissionais da NBA participassem dos Jogos Olímpicos pela primeira vez.
Aí veio o Dream Team, que varreu a olimpíada de Barcelona e recolocou os americanos na hegemonia do esporte que criaram.
APESAR do vexame de 2002, em que terminou em 6º lugar jogando em casa.
Iugoslávia
5 títulos (1970, 1978, 1990, 1998, 2002)
Considerada a terceira melhor seleção de basquetebol de todos os tempos. E não é pra menos.
Desde que o Mundial deixou as Américas e finalmente chegou a Europa, rivalizou com a também extinta URSS pelo poderio no basquete mundial.
Com o desmembramento da Iugoslávia em 1995, obviamente a Seleção chegou ao fim, mas cada república pertencente a ex-Iugoslávia “herdou” a qualidade da original.
Sérvia e Croácia chegaram a ir bem longe nos campeonatos mundiais após 1995.
Uma curiosidade: após vencer, na casa dos americanos, o título de 2002, ficou marcado que o Mundial de 2006 seria na atual Sérvia e Montenegro.
No entanto, a tensão pela separação dos países fez com que a FIBA mudasse a sede para o Japão.
União Soviética**
3 títulos (1967, 1974, 1982)
A extinta URSS trouxe a Guerra Fria para o esporte, e o basquete soviético era o grande orgulho nacional.
Tanto que, na década de 1970, só dava URSS e Iugoslávia no topo do Mundial.
É considerada a segunda melhor seleção de basquetebol de todos os tempos, perdendo apenas para a americana pós-Guerra Fria.
O fim da URSS, no início da década de 1990, desmembrou a Seleção, criando outros fortes escretes, como Rússia e Lituânia, entre outras
A última participação internacional da seleção soviética foi no Mundial de 1990, na Argentina, no qual obteve a medalha de prata ao ser derrotada pela Iugoslávia – que tirou os americanos do páreo.
EUA e URSS decidiram duas vezes o Mundial, com cada um vencendo uma vez.
Brasil
2 títulos (1959, 1963)
Com um bicampeonato em tempos áureos, com grandes equipes e jogadores Hall da Fama (como Oscar Schmidt), o basquetebol brasileiro tenta se reinventar nessa nova geração.
De acordo com a FIBA, é a seleção, após a americana, a ter mais títulos em atividade.
Rivalizando com a Argentina como potência na América Latina, desde o final da década de 1990 passa por um período de decadência.
Já ficou de fora de Olimpíadas, Mundiais e de Jogos Panamericanos nesse período.
Recentemente sofreu uma intervenção externa da FIBA, que impediu o Brasil de competir em diversas categorias por alguns meses.
Atualmente, vem mostrando reação – principalmente com uma reorganização no basquete brasileiro – voltando a ter destaque internacional.
Espanha
2 títulos (2006, 2019)
Se a Argentina pode dizer que derrotou a seleção americana em Jogos Olímpicos, a Espanha pode dizer o mesmo em se tratando de Mundiais.
Na verdade, aquele mundial de 2006 foi realmente incomum: seria em Sérvia e Montenegro, mas o país “acabou”.
Foi para o Japão, em que duas seleções europeias (Espanha e Grécia) que nunca haviam SEQUER chegado a um pódio de Mundial desbancaram as atuais melhores seleções do mundo (EUA e Argentina).
Na decisão, a Espanha levou a melhor sobre a Grécia, conquistando o Mundial.
Assim como no futebol, a Espanha tem grandes clubes de basquete, e refletiu a carência de grandes conquistas dos gramados.
Depois de “mudar de prateleira” no basquete mundial, a Espanha hoje é a 2ª melhor seleção do Ranking da FIBA, perdendo OBVIAMENTE para a seleção americana.
É a atual campeã mundial, vencendo nossos hermanos na grande final em 2019 na China.
Argentina
1 título (1950)
A primeira campeã mundial de basquete demorou, mas voltou a figurar entre as grandes seleções do mundo.
A Argentina pode tirar onda de, após o período da Guerra Fria, ser a primeira equipe a desbancar a Seleção Americana no basquete olímpico – foi ouro em Atenas 2004.
Até a hoje, nossos hermanos são a única seleção de basquete da América Latina que conquistou a quíntuple coroa: campeã do mundo (1950), olímpica (2004), da Copa das Confederações da FIBA (Diamond Ball 2008), da América (2001 e 2011), e Pan-Americana (1995 e 2019).
Também pode tirar onda que, após os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, tornou-se a seleção número 1 do Ranking Mundial da FIBA – claro, foi por pouco tempo, mas a marca está lá.
Hoje a Argentina tenta manter esse bom desempenho nas competições internacionais de basquete. QUASE belisca o bi na edição passada, mas parou na seleção espanhola na decisão.
Alemanha
1 título (2023)
Depois da primeira campeã, vem a última!
Na ultima decisão, nas Filipinas, Japão e Indonésia, venceu a Sérvia num duelo inédito e vencendo de forma invicta a competição.
Antes disso, havia sido 3º lugar em 2002, num torneio nos EUA. O basquete alemão vem crescendo e se tornou um dos mais fortes do continente europeu.
* A Seleção da Sérvia “herdou” essas conquistas
** A Seleção da Rússia “herdou” essas conquistas
Aqui colocamos as aspas em “herdou” pois não há – assim como ocorre no futebol – um reconhecimento explícito da FIBA com relação a essa “herança”.
Sabemos que, após os desmembramentos ocorridos na Europa oriental pós-Guerra Fria, Sérvia e Rússia seriam o que restou das “originais” Iugoslávia e URSS.
No entanto, no quesito ranking, a FIBA não considera esse detalhe e trata os países distintamente em suas épocas.
Será que dá EUA ou pinta uma zebra? Comenta aí!