Margarida: o juiz mais irreverente do Brasil (ou juízes?)

Com certeza você já viu esse vídeo por aí:

Esse é o juiz Margarida. Porém, digamos que essa seja a sua PRIMEIRA encarnação.

Vamos contar um pouco da história de um árbitro lendário e divertido que segue nos gramados Brasil a fora!

O “Margarida” original

Quem usou, por assim dizer, o “manto” do Margarida primeiro foi Jorge José Emiliano dos Santos.

Nascido no Rio de Janeiro em 1954, tinha como ídolo o arbitro Armando Marques.

Apitava em partidas na praia com 13 anos, e já chamava atenção pelo seu estilo exagerado nas marcações.

Profissionalmente, começou a apitar em campo em 1988, no jogo Flamengo 3×1 Volta Redonda, no Estádio da Gávea, válida pela Taça Guanabara.

No jogo, infelizmente enfrentou insultos homofóbicos da multidão.

Em 1988 também ele se assumiu homossexual, o primeiro árbitro gay no plantel das divisões de elite do Brasil.

Além do trabalho no futebol, participou de alguns programas na TV, como Hebe, Trapalhões, Viva a Noite…

Mesmo com sua ação característica, ele exigia respeito dentro de campo, conforme afirmou em entrevista na Placar, em 1988.

“não permitia nenhum tipo de indisciplina e exigia respeito.”

Jorge faleceu em 1995, devido a uma insuficiência respiratória em decorrência da AIDS.

Em 1992 teve tuberculose e, desde então, teve dificuldades em arbitrar por várias internações e perda severa de peso, se “aposentando” em 1994.

A nova “encarnação”

O mundo do futebol brasileiro, porém, não ficou sem um juiz Margarida por muito tempo.

Outro juiz assumiu indiretamente esse “manto”.

Clésio Moreira dos Santos, nascido em Palhoça-SC em 1958, fez curso de arbitragem em 1988 e, no ano seguinte, iniciou suas atividades em categorias de base e divisões de acesso.

Já mostrando sua irreverência característica, em 1995 ingressou no corpo de árbitros da CBF, numa partida entre Flamengo x Internacional em Porto Alegre.

As comparações do estilo de apitar com o primeiro Margarida logo chamaram atenção. Porém, Clésio afirma que não é isso:

“Eu já tinha visto alguns árbitros apitando de maneira extravagante, mas comecei a colocar gestos próprios em prática. Tive o prazer de estar com o Jorge Emiliano uma vez, quando fui seu árbitro reserva em uma partida em Florianópolis.”

Em 2004 ele se aposenta como arbitro profissional, e encarnou o lado “Margarida” de vez, adotando o uniforme cor de rosa para apitar em campeonatos amadores, eventos corporativos e jogos festivos.

Apesar do jeito irreverente em campo, Clécio é casado e pai de três filhos. Ele conviveu com muitas piadas de mau gosto durante a sua carreira, mas sempre soube controlar as partidas e nunca deixou as “piadinhas” atrapalharem sua atuação em campo.

Atualmente Clécio segue atuando em jogos beneficentes e divertindo a todos dentro e fora de campo.

Fonte, Fonte e Fonte.


Conhecia o juiz Margarida? Comenta aí!