Você aceitaria um treinador estrangeiro na Seleção Brasileira? A Inglaterra pode ajudar a esclarecer…

O motivo de tanta resistência de um treinador estrangeiro comandando a Seleção brasileira (guardadas as devidas proporções) pode ser visto agora na Inglaterra, com o alemão Thomas Tuchel no comando da seleção “original”.

Esse post visa explanar um pouco a situação, comparando a situação dos bretões e a nossa com relação ao treinador da seleção.

Na Inglaterra também tem polêmica

O “orgulho bretão” nem se compara ao BR, já que os criadores de futebol só tem uma Copa em 1966 como grande conquista.

Porém, ultimamente, a Inglaterra vem sendo competitiva ao ponto de ser TOP 8 duas vezes nas últimas Copas, além de ter chegado a final de duas Euros seguidas.

Por lá, havia uma tônica de que a seleção era fraca porque a Premier League era “fraca”.

Não era fraca por conta dos clubes, óbvio. Liverpool, Manchester United e Chelsea se destacaram na Europa na década de 1990 e 2000. Porém, com raras exceções, sem um inglês como astro.

A FA então, vejam vocês, resolveu trabalhar com a base. E deu muitos frutos, não só na seleção quanto na própria Premier League que, mesmo seguindo com astros “gringos” se destacando, os pratas da casa se mostraram competentes para brilhar. Inclusive fora do país.

Com a Inglaterra em OTO PATAMA, como diz o outro, bateu no teto com dois vices de Euro seguidas, com um elenco talentoso. O que levantou o questionamento: a evolução do treinador não acompanha a do jogador. Southgate, o comandante anterior da seleção, foi taxado pelos “quase”.

Duas vezes vice seguidas na Euro, a Inglaterra agora quer sair do “quase”.

A Inglaterra já teve gringo no comando

E lá, diferente de cá (novamente guardando as devidas proporções), um treinador en-GB não ganha a Premier League desde… Sir Alex Ferguson.

E isso pq a gente tá forçando a barra, já que Ferguson é ESCOCÊS. Um treinador inglês nato NUNCA venceu uma edição da Premier League.

Mesmo com esse domínio de estrangeiros nos clubes (muito por conta dos donos dos clubes, diga-se), a FA seguiu orgulhosamente com os comandantes natos, a menos de dois momentos: entre 2001 e 2006, com o sueco Sven-Göran Eriksson, e entre 2008 a 2012 com o italiano Fabio Capelo.

Eriksson comandou a Inglaterra em duas Copas: 2002 e 2006 (e foi eliminado pelo Felipão nas duas)

Coincidência ou não, antes do sucesso recente, eles comandaram seleções que eram cantadas como favoritas.

Erikson comandou aquela Inglaterra que enfrentou o Brasil em 2002 e Portugal em 2006.

Capelo estava na África do Sul e foi eliminado nas oitavas com “aquele crime cometido”

Como visto, a celeuma deles com um treinador de fora não é apenas uma proteção ao talento nacional.

Tuchel foi importante no Chelsea, sendo campeão da Champions e mundial com o time. Porém, o fato dele ser alemão PROVAVELMENTE pode pesar nas críticas. Mas aí é outra história.

Sim, mas… E no Brasil?

Mas e aqui? O problema não é semelhante, já que nosso relacionamento com a Guiana Brasileira (brincadeira 😜) é mais amistoso. O problema são, ironicamente, as 5 estrelas do escudo.

O Brasil é pentacampeão mundial, sempre com treinadores BR. Logo, não precisamos dessa bobagem de treinador estrangeiro, a gente é capaz de vencer essa gringaiada. Certo? Então… o fracasso dos treinadores BR lá fora só evidencia o quão “ficamos para trás”.

Vindo de 2006 com um sucesso na seleção portuguesa, Felipão não foi bem no Chelsea.

Luxemburgo no Real Madrid e Felipão no Chelsea são exemplos bem claros disso. Tirando o fato do vestiário e das diretorias também terem sua parcela de culpa, a não continuidade deles na Europa pesa mais contra eles do que o desempenho dos times comandados.

E aí cortamos para os dias atuais.

Vendo o período em que o Brasil domina a Copa Libertadores (sem interrupção de 2019 pra cá), os clubes campeões eram treinados, a menos de 2 ocasiões, por treinadores PORTUGUESES.

Abel Ferreira (2x), Arthur Jorge e Jorge Jesus.

Coincidência ou não, os 2 treinadores BR que venceram a Libertadores (Dorival Junior e Fernando Diniz) tiveram o gostinho de comandar a Seleção.

E não foram nada bem (a culpa é muito mais da CBF e de panelinhas internas, mas eles não foram bem mesmo).

Porque ficamos para trás?

Esse é o sonho diário do presidente da CBF

Isso evidencia muito que os treinadores brasileiros “ficaram pra trás”.

Enquanto eles se escoram no pentacampeonato, dificilmente voltaremos a ser campeões mundiais.

E ficamos para trás por não entender que o futebol evoluiu. E que precisamos evoluir a NOSSA identidade.

Não é só “copiar o que fazem lá fora”, mas estudar o nosso futebol, o que nos fez ser pentacampeões e adaptar a realidade do futebol hoje em dia. E, cá entre nós, os treinadores portugueses entenderam isso muito mais rápido que os treinadores BR.

Por isso que particularmente me agrada a ideia de que um treinador PORTUGUÊS que já treinou algum clube por aqui seja o próximo treinador da Seleção.

Ancelotti é um treinador TOP, mas talvez o tempo de adaptação pode pender contra ele.

Porém, existe sim uma luz no fim do túnel para treinadores BR na Seleção: Filipe Luis.

O ex-lateral é um estudioso da bola e teve um início de carreira muito bom no Flamengo

Vem fazendo um trabalho muito bom no Flamengo, conhece os bastidores da CBF e, querendo ou não, saca da panela do Neymar. SÓ QUE ele é para pós 2026. Um ciclo completo.


E você? Para comandar a Seleção, prefere um treinador estrangeiro como o Ancelotti ou o Guardiola, um treinador portugas que já conhece o futebol Br como o JJ ou algum treinador brasileiro como o Filipe Luis?

(Esse é um texto originado de um fio do nosso perfil do X. Passa lá pra dar uma conferida!)