Brasileirão com regulamento da NFL (parte 1)

O nosso calendário futebolístico é fortemente questionável.

A crítica, o público e quem trabalha em campo detesta esse formato que prioriza estaduais sem necessidade.

Apesar da problemática ser grande, aqui vamos, assim como diz Dadá Maravilha, com a “solucionastica”.

No começo do mês passado, vimos o Super Bowl LI. A cidade de Tampa viu o time da casa e Tom Brady fazerem historia.

Um campeonato que já caiu no gosto do brasileiro e é, de certa forma, curto em comparação com nossa realidade.

Iniciando sempre em setembro, tem sua temporada regular durando 4 meses.

Aí vem os playoffs que duram mais um, até a grande final, sempre no mês de fevereiro.

Obviamente há vários motivos pra isso, mas eles não cabem nesse post.

Aqui, num belo exercício de “E SE” que vemos em HQs, vamos imaginar como seria o Campeonato Brasileiro (da Série A de 2020, para facilitar) se, por uma eventualidade, nossos dirigentes quisessem imitar a gringa com um regulamento “parecido” com o da NFL.

Dá pra fazer isso?

Digo PARECIDO, pois as realidades dos países são bem distintas.

Em primeiro lugar, o conceito de “clube” é diferente. Lá, as franquias se instalam numa cidade, e podem até pegar certa tradição, mas se o financeiro pesar, elas podem mudar de sede rapidinho.

O Baltimore Colts praticamente se mudou pra Indianapolis “na calada da noite”. A cidade ficou sem franquia até os Browns sairem de Cleveland para lá – onde mudaram de nome para Ravens.

Coisa que é impensável por aqui – com clubes tradicionais, obvio. No interior paulista isso já aconteceu algumas vezes, como no caso do Barueri ou do Guaratinguetá.

Em segundo lugar, os EUA tem o dobro de estados do Brasil. E nos esportes americanos, deixar um campeonato com abrangência nacional é um desafio.

Desafio esse ainda maior, já que lá não há acesso nem descenso.

Ou seja, se um estado que não possui franquia deseje entrar na brincadeira, tem que ter muita grana e/ou muito lobby.

Como seria então?

Para fins “ilusórios”, vamos apenas tentar aplicar a estrutura do campeonato de lá pra cá.

Vamos, assim como Jack, “por partes”:

1. As divisões

A NFL possui 32 franquias divididas em duas conferências: a Americana – remanescente da AFL, concorrente da NFL até meados da década de 1960 – e a Nacional – remanescente da NFL “original”.

Cada conferência tem 4 divisões (Norte, Sul, Leste e Oeste), e cada divisão é formada por 4 franquias.

A divisão das franquias da NFL em divisões

Essa divisão das franquias respeita, além das configurações originais da AFL/NFL pré-fusão, o aspecto regional (na maior parte) e rivalidades.

Por exemplo, o Indianapolis Colts está na AFC Sul, mesmo Indiana estando mais ao norte do mapa americano.

As franquias mais próximas, o Cincinnati Bengals e o Chicago Bears estão, respectivamente, na AFC Norte e NFC Norte.

Vamos adaptar essa configuração para a nossa realidade.

Aqui, temos 20 clubes. Dá pra criar duas “Conferências”, a Verde e a Amarela, com 10 clubes em cada.

Para termos um número par de divisões (isso será importante mais tarde), vamos criar duas para cada “conferência”: a Norte e a Sul.

Para dividirmos os 20 clubes entre as duas conferências, vamos usar como critérios:

rivalidade (times rivais ficam em conferências diferentes, tentar equilibrar o número de times de um mesmo estado)
ranking da CBF (tentar deixar as conferências com o mesmo “peso”).

Já para as divisões, faremos por:
ranking (para deixar o “peso” igual)
regionalismo (por distancia e por rivalidade)

Logo, as conferências e suas divisões ficariam assim (se considerarmos os times na elite na temporada de 2020):

VerdeAmarelo
NorteBahiaSport
FortalezaCeará
Atlético MineiroGoiás
BotafogoFlamengo
Vasco da GamaFluminense
SulGrêmioInternacional
Athletico ParanaenseCoritiba
PalmeirasSantos
São PauloCorinthians
Atlético GoianienseRed Bull Bragantino

Sim, Norte e Sul aqui ficaram mais como referências – igual a NFL, no fim das contas – mas o objetivo é a rivalidade dentro da “divisão”.


Na semana que vem, vamos colocar nossa imaginação pra funcionar: baseado nos resultados do Brasileirão 2020, como seria a nossa temporada regular? Fique ligado!