A proposta da nova liga brasileira vai vingar?

Como já vimos em outras postagens, a ideia de uma liga profissional de futebol no Brasil, se “desprendendo” da CBF, não é novidade.

Porém, no último ano, os clubes brasileiros se aproximaram um pouco mais para tentar, enfim, tirar essa ideia do papel.

Após algumas reuniões sobre o assunto, chegou a hora de estudar casos de sucesso pelo mundo.

Por isso, em março, o presidente de LaLiga (a Liga de Futebol Profissional da Espanha) Javier Tebas, esteve no Brasil para compartilhar experiências com os dirigentes brazucas.

Em um evento organizado pela XP Investimentos e pela consultoria Alvarez & Marsal, foi sugerido um projeto de Liga de Futebol Brasileira.

As principais diretrizes apresentadas para a estruturação dessa liga incluem, dentre outros pontos, questões como governança e gestão, direitos de transmissão e relacionamento com a CBF/federações.

Segundo Tebas:

“Hoje apresentamos aos clubes brasileiros uma proposta que inclui as melhores práticas de LaLiga e a forma como conseguimos ser uma das competições desportivas mais eficazes em termos de desenvolvimento de negócios e de estabilidade financeira”

Fred Luz, da Alvarez & Marsal, elencou um importante ponto na negociação: os direitos de imagem:

“A gente fez uma proposta ousada para os clubes em termos de calendário: a liga esteja estabelecida dentro desse ano. É fácil de falar, mas muito importante, porque tem toda essa questão da renegociação dos direitos de transmissão (do Campeonato Brasileiro), que é o valor mais relevante de todos, o contrato da Globo vai até o fim de 2024. Para fazer isso de uma boa forma, estruturada, antes que comece a venda individual… Porque cada clube hoje pode vender. Vendeu individualmente, fez um contrato de longo prazo… Não é que acaba, mas torna mais difícil”.

Outro ponto levantado seria com relação a distribuição de renda entre os clubes da Liga. Para Tebas, a forma ideal seria:

  • 50% do valor de forma igualitária
  • 25% de acordo com o rendimento dos clubes nas competições (sua posição final no campeonato)
  • 25% conforme a exposição e audiência que cada clube tiver, incluindo a presença da torcida nos estádios.

Na ocasião, todos os representantes das Séries A e B estiveram presentes, exceto a direção do Palmeiras.

Depois do encontro, a presidente do clube Leila Pereira justificou a ausência do Verde:

Estamos muito perto (de ter uma liga). Inclusive já participei de várias reuniões, a última que houve recentemente em uma empresa eu não participei e não mandei representantes do Palmeiras por quê? Muitos falaram que acharam estranho o Palmeiras não participar. Eu não participei porque não aguento mais fazer reuniões, temos de partir para a ação, assinar um documento

Porém, como imaginado, a união dos clubes em torno de um projeto comum, pelo menos aqui no Brasil, nunca é fácil.

Ronaldo Nazário, atual DONO do Cruzeiro, e um dos responsáveis por incentivar a formação da Liga, apontou em uma transmissão ao vivo a dificuldade dos clubes brasileiros se unirem em torno da liga.

Segundo o Fenômeno, dois clubes estão “atravessando” as tratativas de união:

“Hoje essa movimentação parece estar bem dividida, com dois, até três grupos, querendo projetos diferentes. Se continuar assim vai ser muito difícil que a gente chegue em um consenso e evolua nas negociações. Quero pedir mais uma vez para que sentemos e discutamos as possibilidades abertamente, para a gente chegar em um consenso”.

Fonte e Fonte

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