Pacaembu será concedido a iniciativa privada. Uma boa?

Desde o último dia 16, uma promessa feita pelo Poder Público indesejada pelo público esportivo de São Paulo finalmente – e infelizmente – aconteceu:

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), assinou contrato de concessão do Pacaembu para a iniciativa privada.


O complexo esportivo do Pacembu, localizado na Praça Charles Miller tem uma piscina olímpica, duas quadras de tênis, ginásio poliesportivo, além do estádio de futebol.

A própria praça Charles Muller e o Museu do Futebol não foram incluídos na concessão, ainda sendo responsabilidade da Prefeitura.

O complexo passará a ser administrado pelo vencedor da licitação, o Consórcio Patrimônio SP, que já depositou R$ 79,2 milhões dos R$ 115 milhões do contrato.

Esse contrato será de 35 anos.

O que vão fazer no Paca?

De acordo com a prefeitura, a economia para os cofres públicos com a concessão beira os R$ 656 milhões. Segundo Bruno Covas:

“A outorga, valor pago pelo consórcio, foi de R$ 115 milhões. Quando a gente soma o valor que a prefeitura vai deixar de gastar com o Pacaembu e quanto vai arrecadar em ISS, pelos serviços que serão prestados aqui, o investimento do concessionário, a gente chega num montante de R$ 656 milhões de ganhos para a cidade de São Paulo. É um valor vultuoso”

O consórcio já anunciou que fará alterações no complexo. A mais “polêmica” é a demolição do “tobogã”, parte da arquibancada do Pacembu inaugurada no início da década de 1970.

No lugar do tobogã, será erguido um prédio de cinco andares, que terá cafés, restaurantes, lojas, escritórios, espaços multifuncionais, além de um centro de convenções.

Essa demolição reduzirá a capacidade do Pacaembu dos atuais 39 mil lugares para cerca de 26 mil.

Segundo Eduardo Barella, líder do Consórcio Patrimônio SP, o estádio continuará a ser usado mesmo durante essa “reforma”, e o futebol continuará sendo disputado por lá:

“Vamos recuperar a vocação original do Pacaembu com esporte, cultura e, agora, também com entretenimento. Será um complexo multifuncional […] O Pacaembu vai continuar recebendo jogos de futebol. Nossa intenção é aumentar sua utilização nesse sentido”.

Segundo o consórcio, o número mínimo de partidas durante a “transformação” do Pacaembu será de 15 por ano.

Até agora já foram realizados 46 jogos no ano, a maioria do futebol feminino.

Peixe e Associação de olho na concessão

Logicamente, nem todo mundo gostou disso.

A Associação Viva Pacaembu abriu uma ação pedindo que o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e os órgãos de conservação do patrimônio público da cidade (Conpresp e Condephaat) possam verificar o projeto, principalmente a demolição do Tobogã.

As obras devem começar 60 dias após o recebimento da ordem de serviço por parte da Prefeitura.

A concessionária, no entanto, estima que as obras de revitalização iniciarão apenas no começo de 2020.

O Pacaembu é um tradicional estádio da capital paulista, já sendo casa dos 4 grandes clubes do estado por algum tempo.

Com o advento das arenas – principalmente a do Corinthians e a do Palmeiras – o estádio ficou esvaziado em eventos, o que despertou o interesse da prefeitura em abrir a licitação para concessão privada do equipamento.

Quanto a utilização do futebol, o Santos demonstrou interesse em ter exclusividade do uso do Pacembu.

Assim, os outros clubes que desejarem usar o estádio teriam que “pedir permissão” ao Peixe. Isso vai de encontro ao projeto de revitalização da própria Vila Belmiro, estádio do alvinegro praiano em Santos.

No entanto, isso ainda está na esfera da especulação. Ainda será discutido entre o clube e a concessionária.

Fonte

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