Um caso inusitado e, por que não dizer, difícil de acreditar, aconteceu com o Sport nessa semana.
Penúltimo colocado no Brasileirão de 2021, o time pernambucano está há 7 pontos do Santos (o 16º lugar, primeiro fora do Z4).
Porém nada disso pode mais importar, pois o time pode já ser virtualmente rebaixado por conta de um erro crasso!
O zagueiro Pedro Henrique veio reforçar o time na luta pela permanência na elite em 2021.
Contratado por empréstimo junto ao Internacional, Pedro Henrique já atuou quatro vezes pelo rubronegro pernambucano.
O problema é que, aparentemente, a diretoria do Sport deixou passar um fato importante nessa negociação.
De acordo com o regulamento do Campeonato Brasileiro, um atleta que tenha atuado sete ou mais vezes por um clube, não pode mais atuar por nenhum outro da mesma divisão.
E Pedro Henrique entrou em campo pelo Inter por cinco vezes, ficando em outras nove partidas como opção no banco de reservas.
Em condições normais, tudo certo. Não é?
O problema é que Pedro Henrique, em duas oportunidades que esteve apenas no banco, tomou cartão amarelo, com isso sendo registrado em súmula.
Ou seja, para o regulamento, Pedro Henrique PARTICIPOU dessas duas partidas, fechando assim as sete participações pelo Colorado.
O Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) no seu artigo 214, indica que a pena no caso é de perda de três pontos por partida disputada pelo atleta irregular, além de R$ 100 a R$ 100 mil reais por jogo em multa.
Além disso, o pontos conquistados com o atleta em campo também seriam anulados.
O zagueiro atuou pelo Sport, até agora, em quatro oportunidades: contra São Paulo e Fortaleza (derrota), Chapecoense e Athletico-PR (empate).
Fazendo as contas, se o clube for punido, perderia 14 de seus (até agora) 17 pontos conquistados. Isso além da multa, claro.
Diretoria joga 10
Você pode estar se perguntando como a diretoria do Sport deixou isso acontecer, e como ninguém reparou nisso antes.
Não foi nenhum clube concorrente ao descenso ou jornalista que “descobriu”.
Pessoas internas do próprio clube vazaram essa informação via torcedores.
Claro que o clima político interno do Sport é nefasto, e quem vazou a informação não pensou no clube, mas evidentemente uma grande gafe da diretoria do Sport aconteceu.
Antes desse fato, a diretoria do Leão já havia pisado na bola na inscrição de reforços para a Série A.
Em um deles, o lateral-direito Jeferson, seu nome não constou no BID (Boletim Informativo Diário da CBF) na data limite para registros de jogadores para a Série A de 2021 (no último dia 23).
Em mais três casos, os jogadores até constaram no BID (o goleiro Saulo, o atacante Vander Vieira e o volante Nicolás Aguirre), mas NÃO FORAM INSCRITOS no Brasileirão.
Juntando esses casos com a possibilidade de perda de pontos e virtual rebaixamento para a Série B, foram destituídos de seus cargos na última terça: o vice-presidente de futebol do Sport, Nelo Campos, e outros quatro diretores do departamento: Augusto Moreira, Gabriel Campos, Guilherme Falcão e Rossini Millet.
O presidente do Sport, Leonardo Lopes, não teve outra escolha. Disse:
“Atividades tão rotineiras, chama a atenção que tenha acontecido em episódios recorrentes, simples. Isso chamou a atenção. A gente vai intervir para que isso não aconteça mais. Porque é inadmissível”
Que algumas diretorias no nosso país são amadoras, isso a gente já sabia, mas ISSO eu nunca tinha visto num clube de elite.
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