Hoje vamos lembrar de um grande profissional que, definitivamente, é o motivo de muitos que se atrevem a escrever/falar na internet sobre esportes estarem aqui.
Vamos ver um pouco da vida de Luciano do Valle!
Há 6 anos o esporte brasileiro perdeu um dos seus grandes entusiastas.
Mais que um locutor, apresentador e empresário, Luciano do Valle foi um pioneiro nos esportes além do futebol no Brasil, incentivando várias modalidades esportivas no nosso país.
Início da carreira
Luciano do Valle nasceu em Campinas em 4 de julho de 1947.
Iniciou sua carreira profissional com 16 anos, na Rádio Educadora de Campinas como locutor.
Mudou-se para São Paulo quatro anos depois para trabalhar na Rádio Gazeta, integrando a Rádio Nacional em 1968.
Na Nacional, além de futebol, narrava jogos de vôlei e basquete.
Principal narrador da Globo
Após participar da transmissão da Copa do Mundo de 1970, passou a ser do time de esportes da Rede Globo, onde continuou a narrar outros esportes além do futebol.
Participou da cobertura dos Jogos Pan-americanos de Cali de 1971, dos Jogos Olímpicos de 1972 e da Copa do Mundo da Alemanha de 1974.
Após a Copa da Alemanha, com a saída de Geraldo José de Almeida, tornou-se o narrador principal da Globo.
Nesse mesmo ano, narrou várias provas de Fórmula 1, tendo como fato importante o segundo título de Emerson Fittipaldi.
Como narrador principal, esteve na cobertura dos Jogos Olímpicos de 1976, da Copa do Mundo da Argentina de 1978, dos Jogos Olimpícos de 1980 e da Copa do Mundo da Espanha de 1982.
O entusiasta do esporte brasileiro
Após o Mundial da Espanha, Luciano do Valle saiu da Globo e se transferiu para a TV Record.
Como o narrador mais popular do país, assumiu outro importante papel: impulsionou muitas modalidades esportivas que não tinham espaço na TV brasileira.
Entre seus grandes feitos foi a organização, em julho de 1983, de um desafio impensado de vôlei.
No estádio do Maracanã, sob chuva, as seleções masculinas de Brasil e União Soviética se enfrentaram com transmissão ao vivo pela Record.
Com um público de mais de 95 mil pessoas, ainda detém o recorde de maior público numa partida de vôlei.
Aquele time, inclusive, foi o embrião do que se tornaria a “Geração de Prata” do vôlei masculino brasileiro.
O Show do Esporte
Depois disso, ainda em 1983, foi para a Rede Bandeirantes.
Lá iniciou uma revolução na forma como se transmite esporte na TV aberta no Brasil.
Obviamente eu e você dificilmente estaríamos lendo isso se não fosse pelo Show do Esporte.
A Band passou a adotar o slogan “Canal do Esporte”, e fez o Show do Esporte virar um “Programa Silvio Santos Esportivo”, com mais de 10h de duração num domingo.
Apresentando diversas modalidades esportivas, como sinuca, boxe, automobilismo, vôlei, basquete, entre outros.
Sob a batuta de Luciano do Valle, campeonatos chegaram as casas dos brasileiros através do Show do Esporte e da Faixa Nobre do Esporte, como o Campeonato Italiano, Fórmula Indy, NBA e NFL.
Durante o Verão, capitaneava o “Verão Vivo“, focado em esportes de praia, que chegava a alterar a grade principal da emissora.
Foi o responsável por promover a sinuca, o futebol de aspirantes e o futebol feminino, este último bem antes do grande público voltar seus olhos.
No futebol, se manteve como o principal narrador da Bandeirantes, participando das coberturas de todas as Copas do Mundo entre 1986 e 2010 – menos justamente a Copa de 2002.
Os últimos anos de carreira
Em 2003 Luciano do Valle deixa a Band e volta para a Record. Ficou até 2005, voltando a Band em janeiro do ano seguinte.
Reduzindo suas atividades empresariais, ele continuou a narrar o Brasileirão e provas da Indy.
Em janeiro de 2012, teve um AVC e precisou passar por sessões de fonoaudiologia para reaprender a falar.
Ele revelou isso ao grande público somente um ano depois, após uma série de gafes durante uma transmissão, duramente criticada pelos internautas.
Mesmo com a saúde debilitada, continuou a narrar a principal partida de futebol da Band no fim de semana.
Comandou a emblemática transmissão do Mundial feminino de futebol em 2007, quando o Brasil chegou a decisão.
Seu último trabalho foi a narração da final do Campeonato Paulista de 2014 entre Santos e Ituano.
Morte e Legado
Em 19 de abril de 2014, durante a viagem para Uberlândia, onde narraria o primeiro jogo do Brasileirão daquele ano, sofrer um infarto, vindo a morrer horas depois.
A noticia chocou todo o mundo do esporte. A reação de Nivaldo Prieto naquele mesmo fim de semana foi de cortar o coração.
Após sua morte, a Band perdeu o foco de “Canal do Esporte” que lhe deu fama: deixou de exibir Brasileirão, Copa do Brasil e Estaduais, que transmitia por compartilhar o contrato de direito de transmissão com a Globo – e que deve parte do contrato de 2014 a 2016.
Mesmo mantendo a Fórmula Indy e perdendo a Uefa Champions League, ultimamente vem passando torneios mundiais de base e femininos de futebol, além de transmitir o Brasileirão Feminino A1 e A2.
Com sia inspiração e trabalho, Luciano incentivou diversas modalidades esportivas, que ganharam espaço nos canais a cabo (como SporTV, ESPN e Band Sports), e ainda aparecem na TV aberta – mesmo que pouco e com mais destaque em competições multidesportivas como Pan e Olimpíadas.
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