A Libertadores é o maior torneio continental dessas bandas da América do Sul.
Já tradicional, desde a década de 1960, grandes clubes já tiveram a honra de adicionar uma plaquinha com seu escudo na base do troféu.
Com mais uma final chegando – num período em que só deu Brasil, vamos relembrar um pouco grandes momentos da Liberta?
Esse post reúne algumas das finais mais emocionantes da competição, envolvendo muito choro e, literalmente, sangue dentro de campo.
Não estão em ordem do pior para o melhor, mas em ordem cronológica.
Santos x Peñarol (1962)
Reunindo dois dos mais poderosos escretes talvez do século XX, o Santos de Pelé, Coutinho e Pepe enfrentou o então bicampeão mundial, o Peñarol de Sasía, Joya, Spencer e Pedro Rocha.
A primeira partida foi em Montevidéu, com vitória santista – sem Pelé, contundi.
O 2×1 do Santos empolgou o torcedor que lotou a Vila Belmiro. Porém, num jogo que praticamente inaugurou o clima de Libertadores (polêmicas, catimba dos uruguaios, torcidas tretando, brigas entre os jogadores), o Peñarol venceu por 3×2, na famosa “Noite das Garrafadas”.
Na época, não havia critérios de desempate como saldo de gols. Logo, caso houvesse igualdade em pontos, um terceiro jogo aconteceria.
E num confronto disputado como foi, a terceira partida foi necessária para definir o campeão.
Num campo “neutro”, Buenos Aires, e com um dos mais famosos juízes do mundo, vimos a aula santista para conquistar a Libertadores: 3×0, com dois gols de Pelé.
O primeiro dos dois títulos do Peixe naquela década dominante do time no futebol.
Peñarol x River Plate (1966)
Uma final tão emocionante quanto traumatizante para os Milionários.
A velha rivalidade entre Uruguai e Argentina ganhou um capítulo histórico em 1966. Essa foi mais uma partida que precisou de um terceiro jogo.
No primeiro, em Montevidéu, 2×0 para os donos da casa. Na volta, jogo duro, mas vitória do River em casa por 3×2.
O jogo extra, em Santiago, promoveu uma das mais incríveis viradas da história da Libertadores.
O River ganhava por 2×0 no primeiro tempo e encaminhava o seu título, batendo o Peñarol que era no momento o bicampeão da competição.
Foi quando o goleiro dos Milionários Carrizo foi fazer uma graça, matando uma bola no peito ao fazer uma defesa.
Isso foi o estopim para a remontada do clube uruguaio, que diminuiu logo em seguida do lance e, antes do fim do jogo, empatou tudo.
O jogo vai para a prorrogação, e o River sentiu o golpe: dois gols doa aurinegros. Uma goleada! Lágrimas de alegria de um lado, de frustração do outro.
Cruzeiro x River Plate (1976)
Essa foi a final com maior placar agregado da história: simplesmente 8×5. E foi uma final bem diferente, por não ter tanta pancadaria estilo Libertadores, destoando bastante das finais da época.
Na ida, o Cruzeiro goleou o River por 4×1 no Mineirão. Na volta, a vitória do River por 2×1 forçou o jogo desempate (lembrando que ainda não haviam critérios de desempate e nem penalidades em caso de igualdade no confronto).
O terceiro jogo ocorreu em Santiago e foi um dos desempates mais emocionantes da Libertadores.
O jogo acabou 3 a 2 para o Cruzeiro, com gol do título já nos minutos finais, coroando o retorno do Brasil aos títulos da competição depois de 13 anos, além de colocar na história o time de 46 gols em apenas 13 jogos.
Grêmio x Peñarol (1983)
Uma das fotos mais emblemáticas da história da competição, exemplificando muito bem o tal “clima de Libertadores” foi essa do capitão gremista Hugo De León.
E o Grêmio precisou dar o sangue mesmo para conquistar seu primeiro título continental. E contra o atual campeão da Libertadores e mundial, o Peñarol.
No primeiro jogo, o Grêmio foi a Montevidéu e conseguiu segurar um empate em 1 a 1.
Já na volta, no Estádio Olímpico simplesmente abarrotado, o Grêmio saiu na frente, mas o time uruguaio empatou e pressionava, parecendo que ia estragar a festa do Tricolor.
Aí aparece a estrela de Renato Portaluppi. Ele não fez gols, mas fez um grande lance para o gol de César, o gol do título.
Porém, essa foto não é bem o que parece. De León não se feriu com alguma agressão uruguaia: foi com um prego na parte de dentro da base da taça, no momento em que ele colocou o troféu na cabeça.
Boca Juniors x River Plate (2018)
A última final em duas partidas (até o momento) foi também a primeira a acontecer fora do solo americano (até o momento também) e o maior clássico a decidir a Libertadores.
O clima já era de tensão dias antes da final, que teve seu jogo de ida Na Bombonera, estádio do Boca.
Em campo, um 2×2 emocionante. Infelizmente fora dele, uma desorganização inacreditável, que foi evidenciada pela incompetência tanto da CONMEBOL quanto das diretorias dos clubes em gerenciar o tamanho do jogo.
Confusão fora de campo com conflito entre torcidas, divergências quanto a realização do jogo com ou sem torcida…
Depois de muita discussão entre os envolvidos, e com a pressa em definir o campeão por conta do Mundial de Clubes da FIFA, ficava claro que uma tragédia ainda pior aconteceria caso a partida acontecesse no Monumental de Nunes.
A solução? Mandar o jogo da volta NO SANTIAGO BERNABÉU, em Madrid.
E a final sulamericana na Europa teve contornos que não devem a nenhuma final de Champions: 1×1 no tempo normal (com a icônica foto de zoação de Benedetto), e o River Plate garantindo o título com dois gols na prorrogação.
Inesquecível – em todos os sentidos.
Menções Honrosas
Alguns confrontos que não entram na lista acima merecem ser destacados:
1981 – Flamengo x Cobreloa-CHI: a primeira conquista do Flamengo, com Zico decisivo no terceiro jogo contra o Cobreloa do Chile.
1999 – Palmeiras x Deportivo Cali-COL: a primeira conquista do Palmeiras veio com sofrimento e brilho de Marcos nas penalidades após vitória no tempo normal.
2002 – São Caetano x Olímpia-PAR: O São Caetano quase faz a maior zebra da história da competição acontecer, mas o Olímpia do Paraguai venceu no fim.
2004 – Once Caldas-COL x Boca Juniors: A maior zebra da competição: a vitória do colombiano Once Caldas sobre o tradicional Boca Juniors.
2006 – Internacional x São Paulo: a primeira final entre clubes do mesmo país deu a primeira Libertadores ao Internacional.
2008 – Fluminense x LDU-EQU: o primeiro título equatoriano veio numa derrota em pleno Maracanã, empatando o confronto vencido na ida. Nos pênaltis e com a torcida do Flu triste.
2019 – Flamengo x River Plate: a primeira final em jogo único da história da competição, com Gabigol virando o jogo para o rubronegro nos minutos finais contra o River, num Monumental de Lima lotado.
Concorda com a lista? Qual é o seu TOP 5? Deixe aí nos comentários!